domingo, 22 de fevereiro de 2009

A Adolescência da Crise.

Este post já vinha sendo adiado ao longo do tempo, sendo que achamos pertinente passar uma ideia ao leitor do que foi a crise. Pode não ser, e não é, o tema mais interessante de todos mas é um problema que toca à porta de todos nós. Sendo assim convém ter uma pequena noção sobre este tema. Espero que gostem!
Na minha opinião a crise Mundial que o Mundo atravessa hoje em dia começou nos EUA com a crise do sector imobiliário, que deu origem a uma crise de crédito Mundial.
Esta crise, ao que apurei, surgiu inicialmente para combater os problemas no sector imobiliário, quando o estado Norte-Americano pressionou o banco central americano a reduzir a taxa de juro para 1%. Esta taxa baixa estimulou o comércio de imóveis e com isso, as empresas imobiliárias e financiadoras especializadas no sector começaram a ter uma grande procura, mesmo dos escalões sociais mais baixos. Então para terem um rendimento superior, tanto os bancos como os gestores de fundos recorreram à compra de “subprimes”. Numa população viciada pelo consumismo, foi como “atirar achas para a fogueira! Esta acção desencadeou uma compra e venda de títulos imobiliários frenética. Contudo, em 2006 o preço dos imóveis começou a decrescer. Este acontecimento aliado ao aumento da taxa de juro do banco central americano espalhou a crise para quase, senão todos, os sectores da economia Norte-Americana. A liquidez desapareceu, o consumo desceu, o desemprego aumentou e o lucro das empresas viu-se reduzido. Esta euforia em torno do mercado imobiliário ultrapassou os limites da sensatez comum.
Sendo a economia dos EUA a maior do mundo, era quase impossível que outros países não fossem apanhados na “rede” da crise. Países que dependem de dinheiro dos EUA ou mesmo aqueles que possuem títulos de divida externa lá.
Actualmente a crise foi despertada pela ruptura do mercado monetário. Face à incapacidade por parte dos Mercados Financeiros em canalizar fundos de poupança líquida para os que dela necessitam. Como este pormenor se evidenciou, os mercados monetários entraram em colapso com a falta de liquidez. Face a este cenário os Bancos Centrais viram-se obrigados a injectar vários milhões de euros para tentar aumentar a liquidez no mercado global. Porém, essas intervenções não foram suficientes e as Instituições Financeiras continuavam a não ter liquidez, e as que possuíam não tinham confiança, em contraste com o cenário do mercado, em emprestar fundos a outras Instituições. Neste cenário, que muitos previam, foi completamente ignorado por grande parte dos investidores. Infelizmente já levou a imensas falências e bancarrotas a nível mundial. O infelizmente é visto, por mim e todos acho, pelo lado humano, aquele que não deseja o infortúnio a ninguém. Porém, nenhum de nós pode negar, que a falência de algumas empresas pode ser benéfico para a estabilização do mercado. Permite a empresas concorrentes sobreviver, aumentar receitas e diminuir custos. Diante da enorme competitividade actual do Mercado, a lei aplicada é sem dúvida “Lei do mais Forte”!
Estes acontecimentos têm aumentado exponencialmente a aversão dos investidores ao risco, levando-os a preferir colocar o seu dinheiro em operações seguras em detrimento de aplicações na bolsa. Tudo isto leva ao efeito cascata na bolsa, aumentando ainda mais os problemas de liquidez existentes no mercado. A ilusão financeira obscureceu a coisa mais óbvia em matéria económica. “Não se gera riqueza promovendo troca de activos financeiros, sobretudo se estas trocas são alavancadas até 30 vezes o valor original e advém de vendas a descoberta.”
Já dizia o Professor Manuel Leite que “o mercado tem sempre razão”, e nos estamos agora apenas a viver um reajuste dos “pecados” passados.
Os sentimentos das pessoas oscilam a par do Mercado. Entre um euforia interminável durante o crescimento e uma apatia mórbida durante a depressão. Engraçado.
*Acrescento que o artigo aqui escrito é apenas uma opinião pessoal, baseada em várias informações recolhidas sobre a temática aqui abordada.

7 comentários:

Anónimo disse...

Faz sentido. Um verdadeiro efeito bola de neve xO

É estranho o facto de, apesar de estar sempre a ouvir falar da crise, nunca ter dedicado algum tempo para tentar perceber a sua origem. Obrigado pelo resumo!

21st Century Kid

joana carvalho disse...

Apesar de ser um tema bastante falado nos últimos tempos, sempre me senti um bocadinho a "leste" deste assunto. Assim sendo, foi interessante ler este artigo e perceber (finalmente) como tudo aconteceu...
Parabéns pelo artigo!

Joana Carvalho :)

EUGÉNIA LEITE disse...

Bem… li o artigo porque me caiu do céu. No entanto, quando acabei de ser… sobre um assunto que não domino muito, confesso… fiquei surpreendida com o facto de estar resumido o que se ouve falar a toda a hora nas noticias… e não se percebe nada!! Cheguei então a conclusão, que afinal este assunto ate me interessa e tenho mais duvidas…. (quero com isto dizer… que gostava que escrevesses mais sobre o assunto!)
Uma curiosidade… o 11 de Setembro foi o impulsionador, se assim se pode chamar, desta crise económica mundial? Ate que ponto uma economia fragilizada precisa de descer a taxa de juro? O que são os subprime?? Pessoas com dificuldades económicas e histórico de vida financeira instável? Ou seja, efeito dominó…. Não pagam os empréstimos…. Os bancos ficam sem dinheiro….
E de que forma a crise económica norte-americana influencia a crise mundia??
O que realmente não entendo nisto tudo é o seguinte… a taxa de juro desce! Ok, maior poder de compra… mas o que acontece para depois, os americanos deixarem de pagar os empréstimos?? No entretanto, a taxa sobe e deixam d te possibilidade para o fazer?
Os bancos que ofereciam esta margem d manobra no credito, não previam o que poderia acontecer?? Consumidores iludidos?

Bem… desculpa a minha ignorância… e parabéns pelo artigo!!

EUGÉNIA LEITE

EUGÉNIA LEITE disse...

Bem… li o artigo porque me caiu do céu. No entanto, quando acabei de ser… sobre um assunto que não domino muito, confesso… fiquei surpreendida com o facto de estar resumido o que se ouve falar a toda a hora nas noticias… e não se percebe nada!! Cheguei então a conclusão, que afinal este assunto ate me interessa e tenho mais duvidas…. (quero com isto dizer… que gostava que escrevesses mais sobre o assunto!)
Uma curiosidade… o 11 de Setembro foi o impulsionador, se assim se pode chamar, desta crise económica mundial? Ate que ponto uma economia fragilizada precisa de descer a taxa de juro? O que são os subprime?? Pessoas com dificuldades económicas e histórico de vida financeira instável? Ou seja, efeito dominó…. Não pagam os empréstimos…. Os bancos ficam sem dinheiro….
E de que forma a crise económica norte-americana influencia a crise mundia??
O que realmente não entendo nisto tudo é o seguinte… a taxa de juro desce! Ok, maior poder de compra… mas o que acontece para depois, os americanos deixarem de pagar os empréstimos?? No entretanto, a taxa sobe e deixam d te possibilidade para o fazer?
Os bancos que ofereciam esta margem d manobra no credito, não previam o que poderia acontecer?? Consumidores iludidos?

Bem… desculpa a minha ignorância… e parabéns pelo artigo!!

Anónimo disse...

Antes de mais, tenho de dizer que acho o texto bastante apelativo e objectivo.

De facto, pode constatar-se que, esta crise, que recentemente se desenvolveu a um ritmo mais acelerado, resulta de um acumular de crises em vários sectores económico-financeiros. Destaca-se o facilitismo do recurso ao crédito fomentado pelas instituições financeiras que, ao mesmo tempo que respondiam às “vontades” dos clientes em obter empréstimos a custo reduzido para investimento imobiliário, assistiam a um aumento do seu valor de negócio. No entanto, a desvalorização no sector imobiliário conjugado com a cegueira face à ganância conduziu ao endividamento milhares de famílias, afectando variados sectores sociais. As dificuldades foram-se expandindo, contaminando também o mercado monetário e financeiro.
Considero também, que a especulação crescente nos mercados bolsistas internacionais contribuiu para esse agravamento. Essa especulação foi notória nomeadamente quando nos referimos à evolução do preço de transacção do crude. Foi evidente um aproveitamento, quer por parte dos países produtores da matéria-prima quer dos investidores, da sobrevalorização bolsista dos preços do petróleo. Os anúncios frequentes de quebra na produção de barris, em simultâneo com os altos valores a que se transaccionava a matéria-prima foram provocando um “efeito balão”, que se traduziu numa especulação contínua e progressiva, que culminou com uma diminuição repentina desses valores.


Parabéns pelo artigo ;)
bjnhos*

Anónimo disse...

:)

Mt bem Afonso! gostei mt do texto, axo de demasiada importancia este esclarecimento para os tempos de crise k decorrem!

(continua a fazer exes estudos para xegar aos teus textos fixolas=) k e' pa eu comentar:D)

Tens futuro=)

Bjinhu! Ass FaFaaaaa*

elias wache disse...

Parabens, muitas vezes ouvi os economistas a bateren-se sobre as causas da crise, mas este artigo e dos melhores que ja pude ler.maximizar o lucro desenfreadamente e minimizar os custos ditou esta crise, mas tomando em conta que por tras disso ha razoes politicas dos EUA, pois sempre quis manter o nivel de vida dos seus cidadaos niveis aceitaveis de habitabilidade.